Relato sobre a escrita
O que me inspirou a escrever para meu filho depois da sua partida foi a rede de solidariedade em que fui acolhida no momento da perda.
Enquanto escrevia movida por uma força visceral, pude vivenciar um poderoso processo catártico. Como jornalista, busquei conhecer outras mães que passaram pela mesma experiência – a perda de um filho ainda bebê – e com o tempo passei a ser procurada por elas, oferecendo meu apoio. Foi com troca que tive certeza de que valia a pena publicar este livro, apesar de todas as dificuldades emocionais e práticas que teria de transpor.
A feitura artesanal A começar pelo tema, bem diferente dos assuntos com que estamos habituados, mas absolutamente necessário, tudo neste livro é original: foi idealizado com ilustrações para que as imagens pudessem acolher com suavidade o texto sensível e tão real. Ao invés de trâmites habituais, e talentosos profissionais foram convidados para participar do projeto reunindo editora, designers, fotógrafa, revisor e produtora. Por meio da pré-venda colaborativa da primeira edição, os leitores adquiriram o livro e, ao mesmo tempo, viabilizam sua impressão.
Finalmente, o livro! Assim como a travessia do deserto do luto, a primeira edição do livro hoje tornou-se possível graças à força do coletivo. Já estamos na terceira edição e organicamente, a cada dia mais e mais leitores procuram, compram e comentam o livro.
Com os relatos, confirmamos que, mais do que tratar de lutos e perdas, Até Breve, José tornou-se uma história de amor que está voando longe, levando acolhimento, compreensão e emoção às pessoas e aquecendo nossos corações.